segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O último lugar para a fauna santista abrigar-se

Texto sugerido por Henrique A. Reis
Por Vitor de Andrade Silva
Original em Jornal Orla da Cidade, 20-21/9/2008
Em http://www.novomilenio.inf.br/santos

Mesmo em uma área urbana como Santos, são vistos espécimes da fauna da Mata Atlântica, nas poucas áreas que ainda restam intocadas e livres de ocupação. E esses pequenos animais enfrentam a pressão do avanço humano sobre seu habitat que mal consegue resistir

Toda manhã é a mesma rotina. A ceramista Maria Angélica Dias, após tomar café, distribui igualmente ração às suas cadelas Milu e Nina. Depois é a vez de alimentar seus inquietos vizinhos: uma turma de serelepes sagüis-de-tufo-branco que, às 9 horas, já estão se chacoalhando e se coçando de tanto esperar. Ao avistá-la de longe, o grupo, de cerca de 15 símios, agita-se saltando de um galho para outro, mas sempre ao redor de um refeitório improvisado entre duas árvores. O bando é exigente e seleciona apenas as melhores bananas depositadas por Angélica Dias. Mesmo com toda a fartura, vorazes, disputam pelas melhores bocadas.
Outros vizinhos, que também dão o ar da graça, são os exóticos tucanos-de-bico-verde, com seus grunhidos roucos; os saruês, conhecidos como gambá-de-orelha-preta; as preguiças e até um mico-leão-de-cara-dourada, que figura na lista da extinção: quatro espécies raras, que ainda ilustram o cenário da Mata Atlântica.
Angélica Dias não vive nas proximidades de um parque ambiental, mas na diminuta área insular de Santos, por incrível que pareça. Mais exatamente no Morro Santa Terezinha, que, em conjunto com os demais morros da ilha, forma uma única, porém fragmentada, malha verde - um resquício de Mata Atlântica em meio ao pleno desenvolvimento urbano.


(da dir. para a esq. de cima para baixo: coruja-orelhuda, o pássaro gaturamo, teiú, o falcão-peregrino, joão-de-barro, tucano-de-bico-verde, sagui, Angélica Dias alimentando um mico, o roedor saruê e  o tiê-sangue)

Risco de desaparecer
Resistentes ao desenvolvimento urbano dos morros, a maioria dos animais silvestres, muitos deles endêmicos, prefere ficar abrigada nos limites das matas, cada vez mais devastadas e invadidas. Hoje, segundo a Secretaria de Planejamento de Santos, estima-se que haja mais de 500 famílias de baixa renda vivendo em áreas de risco dos morros. Assim, confinada em espaços cada vez menores, segundo a bióloga da Secretaria de Meio-Ambiente de Santos (Semam), Sandra Regina Pivelli, a fauna só tem duas alternativas: "Ou perde seu habitat, ou terá que se adaptar a novas condições de vida, o que infelizmente já é uma realidade para muitas espécies".
Outro grande problema é justamente o processo inverso: quando um bicho é inserido em um bioma ao qual não pertence. O caso dos cativantes sagüis de tufo-branco, da Região Nordeste, é exemplar. "Quando se faz este tipo de introdução, a nova espécie passa a disputar alimento e território com as nativas, podendo dizimá-las. Foi uma grande surpresa saber que temos mico-leão-de-cara-dourada nos morros, embora sejam originários da Mata Atlântica da Bahia. Ambas as espécies foram inseridas e, infelizmente, beiram sumir do mapa (de Santos)", explica a bióloga do Orquidário Municipal, Ana Beatriz Comelli. Ela explica que os sagüis dos morros descendem de exemplares em comum. Ou seja: incesto animal. "Cruzamento consangüíneo é sinônimo de filhotes com problemas de formação ou então mortos", diz.
"Quanto ao convívio com os humanos, o mais indicado é que fiquem o mais distante possível, por mais apaixonante que seja tê-los por perto. Eles podem transmitir doenças e vice-versa. Além disso, são muito curiosos, astutos, ousados e oportunistas. Se ganharem confiança, dificilmente se intimidarão, podendo invadir uma residência sem receio algum".

Como proceder
Se o velho dito "cada macaco no seu galho" cai como luva na relação homem/animal silvestre, ao ver um preso ou ferido, o melhor é entrar em contato com o Ibama, ao invés de adotá-lo. Caso exemplar ocorreu em agosto: um macaco da espécie caiarará foi encontrado em Guarujá. Logo, foi encaminhado ao Ibama e, posteriormente, ao Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas), em São Vicente. Para se ter uma noção da importância de um manejo correto, basta citar que a espécie corre risco de extinção - uma verdadeira raridade, tanto que em todo Brasil só existem quatro exemplares em cativeiro.

Avifauna santista
Das densas matas dos morros, até o cais do porto, sobrevoam mais de 120 espécies de aves, das quais 12 são endêmicas - difícil imaginar, já que a maioria dos pássaros que os santistas estão habituados a ver são os pombos, os desprezados urubus e as esbeltas garças. "Mas, com sorte e um pouco de atenção, é possível identificar diversas outras nas áreas verdes da cidade (praças, alamedas e parques, como o horto e o orquidário municipais), que representam apenas 10% dos 39 quilômetros quadrados da área insular da cidade", afirma Regina Pivelli. Desde 2002, em parceria com a bióloga Maria Cecília, ela estuda a avifauna santista e a considera bastante rica, considerando que a flora da cidade não é tão exuberante. "A vegetação dos morros é secundária, está em fase de regeneração e 70% das árvores daqui são ingás: um grande problema. Apesar de a planta garantir frutas saborosas, as aves, assim como nós, humanos, também apreciam um cardápio variado. Por sorte, a veia desta fauna ainda vaza pelo pouco que resta de áreas verdes da cidade", acredita.

Por que preservar?
A fauna santista, por incrível que pareça, tem lá a sua importância no dia-a-dia da cidade. Os falcões peregrinos, pr exemplo, vêm da Groenlândia e permanecem em Santos e região durante o verão. São aves que investem na caça de pombas e pequenos roedores. Desta forma, de acordo com Ana Beatriz Comelli, assim como as corujas-mocho-orelhudo (ou coruja de igreja), fazem sua colaboração no controle destas pragas urbanas. "Já as aves como os beija-flores, os tucanos-de-bico-verde e, também, os símios, ajudam a fertilizar as flores e espalhar as sementes, contribuindo com a disseminação da flora - cada espécie com um importante papel", salienta a bióloga.
"Por isso, a importância de se preservar e fiscalizar os morros. Acredito, ainda, que a exploração destes espaços com o ecoturismo é válida para a proteção e divulgação das espécies que ocorrem naturalmente na região... mas, com uma boa proposta de educação ambiental incluída, claro", completa.

O Mangue
De um lado, uma vasta vegetação quase intocada. De outro, diversas palafitas do Dique da Vila Gilda, que desafiam as adversidades de se manterem estáveis sob o mangue. Boa parte do bioma que o ecossistema deveria guardar não existe mais, o que evidencia as péssimas condições ambientais, já que, de acordo com um estudo dos biólogos Fábio Olmo e Robson Silva e Silva, "entre os manguezais do estado de São Paulo, os da Baixada Santista, especialmente aqueles da área de Santos-Cubatão, são os que apresentam a fauna mais exuberante, tanto em número de espécies como de indivíduos... Algumas têm ali as únicas populações conhecidas no estado de São Paulo, ou as suas maiores concentrações populacionais".
Para o coordenador do projeto EcoFaxina (que pretende recuperar o Dique da Vila Gilda), Willian Rodriguez Schepis, todos têm a ganhar com a preservação do mangue: a população, o governo e, claro, a fauna local. Com a conscientização dos moradores das palafitas, ele acredita que, em cinco anos, 80% da área poderá estar reconstituída. "O problema é que há um projeto de construção de uma avenida no local, pela Prefeitura Municipal. Isso inibirá novas invasões, mas não a degradação do mangue. O correto seria criar uma reserva ambiental na área... Quem sabe um parque ecoturístico sustentável: Sem dúvida, Santos só terá a ganhar", prevê.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Óleo de cozinha e o Meio-Ambiente

Texto sugerido por Guilherme Neves

O óleo de cozinha é altamente prejudicial ao meio ambiente e quando jogado na pia (rede de esgoto) causa entupimentos, havendo a necessidade do uso de produtos químicos tóxicos para a solução do problema.

Jogar o óleo na pia, em terrenos baldios ou no lixo acarreta três fins desastrosos a esse óleo:

- permanece retido no encanamento, causando entupimento das tubulações se não for separado por uma estação de tratamento e saneamento básico;
- se não houver um sistema de tratamento de esgoto, acaba se espalhando na superfície dos rios e das represas, causando danos à fauna aquática;
- fica no solo, impermeabilizando-o e contribuindo com enchentes, ou entra em decomposição, soltando gás metano durante esse processo, causando mau-cheiro, além de agravar o efeito estufa.

Soluções para reciclagem do óleo de cozinha:

Para evitar que o óleo de cozinha usado seja lançado na rede de esgoto, várias cidades em todo o Brasil têm criado métodos de reciclagem. Diversas são as possibilidades de reciclagem do óleo de fritura, entre outras finalidades destacam-se a produção de resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e biodiesel.

Reciclando e gerando trabalhos:

Diferentemente de outros processos de reciclagem de óleo que transformam o material em detergente (sabão ou sabonete), neste caso o óleo é encaminhado às cooperativas recicladoras de lixo cumprindo também uma função social, com geração de trabalho e renda. Das cooperativas, o material segue para uma empresa especializada e credenciada para ser transformado em biodiesel. Com isso, além de conduzir o óleo vegetal de volta ao sistema produtivo a ação evita a extração de combustíveis fosseis, não renováveis.

Reciclagem de óleo de cozinha evita efeito estufa e contaminação da água:

Um litro de óleo de cozinha pode contaminar até um milhão de litros de água, que equivale ao consumo de um ser humano por 14 anos. Sem contar que acaba chegando ao oceano e, em contato com a água do mar, libera gás metano (21 vezes mais agressivo que o carbono), um dos grandes vilões do aquecimento global.
Então a dica é não jogar o óleo usado na pia, levando-o a um posto de reciclagem.

Como reciclar?

Neste contexto, já é possível identificar algumas iniciativas para reciclagem de óleo comestível usado no Brasil, como é o caso da ONG Ação Triângulo, de Santo André, São Paulo, onde é realizado um trabalho de conscientização ambiental e reciclagem por meio da campanha “Limpe sua Casa, Recicle Óleo de Cozinha” feita porta a porta por agentes ambientais treinados na própria instituição. Neste caso, o óleo vai para uma usina, montada na própria sede da Ação Triângulo e lá, por meio de um trabalho de inclusão social, jovens de comunidades de baixa renda transformam o óleo vegetal usado em sabão e sabonete.
Receita para fazer sabão proveniente do óleo;

Receita 1 (sabão normal)
5 litros de óleo de cozinha usado
2 litros de água
200 ml de amaciante
1 kg de soda cáustica em escama
Colocar, com cuidado, a soda em escamas no fundo de um balde. Em seguida, adicionar a água fervendo e mexer até diluir a soda. Acrescentar o óleo e mexer. Misturar bem o amaciante. Jogar a mistura numa fôrma e cortar as barras de sabão somente no dia seguinte.

Receita 2 (com aroma) 
- 4 litros de óleo de cozinha usado
- 2 litros de água
- ½ copo de sabão em pó
- 1 kg de soda cáustica
- 5 ml de óleo aromático da sua preferência.

"A terra não pertence ao Homem, é o homem que pertence à Terra"

Carta do índio norte-americano Seattle, líder da tribo Duwamish, para o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce

"O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade. Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas - elas nuca empalidecem. Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang, o homem - todos pertencem à mesma família. Portanto quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, não. Porque esta terra é para nós sagrada.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendemos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai de meu pai. Os rios são irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas cargas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mais sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mão - a terra, e seu irmão - o céu, como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante.

Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto: Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende. Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende. O barulho parece insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo o pinheiro. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem. O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe seu último suspiro. E se te vendermos a nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado coma fragrância das flores campestres.

Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de teus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios. De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama de vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará."

Cacique Seattle, 1855

domingo, 25 de outubro de 2009

Como se salva um animal da extinção?

Texto sugerido por Leonardo Magaldi
Por Thais Sant’Ana
Original: Revista Superinteressante - Outubro/2009
Em http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente


Notícias sobre animais costumam ser más notícias: perda do habitat, problemas com espécies invasoras, caça predatória etc. No meio de tantas desgraças, uma novidade passa despercebida: o homem está conseguindo consertar alguns de seus erros, salvando vários bichos da extinção. No Brasil, inclusive.
"A quantidade de animais brasileiros ameaçados só aumentou porque ampliamos nosso radar. Muitas deixaram a lista", diz Daniela Oliveira, responsável por conservação de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente.
Cada caso é um caso. O governo chinês não dava bola para o urso panda, e foi preciso que uma ong topasse o desafio. O falcão de Maurício precisou que outras aves chocassem seus ovos, e o elefante africano foi salvo porque o marfim caiu na ilegalidade. Seja como for, é importante saber que décadas de política ambiental produziram resultados.




1. Urso-panda
População: 1 400 em 1980; 2 500 em 2004.
Problema: Seu habitat, a selva de bambus, murchou com a urbanização acelerada da China.
Solução: A ong WWF criou projetos para ensinar a população a conviver com a espécie sem ameaçá-la.



2. Condor-da-califórnia
População: 27 em 1987; 223 em 2008.
Problema: Ocupação dos morros e poluição.
Solução: As aves tiveram de ser capturadas para criação em cativeiro. A população, ainda pequena, é aos poucos reintroduzida na natureza.



3. Búfalo-americano
População: 750 em 1890; 500 mil em 2008.
Problema: A conquista do Oeste.
Solução: Foram criadas reservas para os remanescentes, mas a ameaça só foi afastada quando se adotou a criação intensiva de búfalos em cativeiro.



4. Elefante-africano
População: 100 mil em 1970; 678 mil em 2008.
Problema: Caça predatória para extração do marfim - pra quem não sabe, vem das suas presas.
Solução: Proibição do comércio de marfim em vários países, além de muitas campanhas de preservação.



5. Falcão-de-maurício
População: 6 em 1975; 1000 em 2006.
Problema: Espécies invasoras.
Solução: Um pesquisador pôs um casal para cruzar no cativeiro, aumentou a fertilidade da fêmea e ainda importou falcões europeus para ajudar a chocar ovos.



       No Brasil

6. Veado-campeiro
População: 100 em 1980; 10 mil em 2005.
Problema: Caçado por espalhar febre aftosa, era, na verdade vítima dela.
Solução: Depois que recebeu um espaço especial no Parque Nacional das Emas (GO), outros estados seguiram o exemplo.



7. Mico-leão-dourado
População: 272 em 1992; 1 200 em 2007.
Problema: Seu habitat, a mata Atlântica, é extremamente ameaçado.
Solução: Reservas maiores, que prevejam o seu deslocamento. A meta é, até 2025, estabelecer 2 mil animais em liberdade.


8. Jacaré-de-papo-amarelo
População: 2 mil em 1980; 20 mil em 2007.
Problema: Outra vítima da destruição da mata Atlântica.
Solução: Em parte, preservou-se sozinho, fugindo para longe do litoral. E surgiram vários criadouros. Em Maceió tem um com 5 800 animais.



Fontes: União Internacional de Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, Ministério do Meio Ambiente, Associação Mico-Leão-Dourado, World Wildlife Fund e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nós e os Animais

Texto sugerido por Vitor S. Lopes
Em http://360graus.tera.com.br/ecologia e http://www.mundoverde.com.br

    A exploração inadequada dos recursos naturais, sem um plano de manejo adequado, tem causado a extinção de centenas de espécies da fauna brasileira.

Projetos
    Existem grandes projetos no Brasil destinados a salvar espécies ameaçadas, principalmente de quelônios e mamíferos marinhos. A maioria destes animais vive em áreas onde é grande a importância do turismo, que nem sempre é praticado de maneira ecologicamente responsável, causando prejuízo à preservação da fauna. O mais conhecido deles é o Projeto Tamar que luta pela preservação de 7 espécies de tartarugas marinhas no Brasil.

Contrabando
    O Brasil possui uma das mais ricas biodiversidades do planeta. Em seu território, são encontrados cinco diferentes ecossistemas: amazônico (floresta amazônica), atlântico (Mata Atlântica e o sistema lacustre/restinga/manguezal oceânicos), cerrado (Centro-Oeste), caatinga (Nordeste) e pantaneiro (Sudoeste).
Essa biodiversidade tem enchido os olhos e também o bolso dos mais ambiciosos, desde a época do descobrimento, quando as caravelas retornavam a Portugal, repletas de peles de onças e de aves.
    Atualmente, em razão da perda dos habitats e devido à captura ilegal realizada por traficantes, são centenas as espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Assim, é vital a conscientização dos indivíduos para desestimular esta atividade, que também representa uma questão de ética e moral. Preservar o nosso patrimônio natural e a vida é um dever de todo cidadão.
    Pesquisas têm apontado que depois do tráfico de drogas e armas, o contrabando de animais (papagaios, araras, periquitos, micos, tartarugas, tucanos, peixes ornamentais, sapos, cobras, besouros, borboletas, etc.) representa o maior negócio ilícito praticado no mundo, contribuindo para o empobrecimento da diversidade da fauna, aumentando o risco de extinção de inúmeras espécies, tais como a Ararinha-Azul.
    É sabido que certos traficantes usam práticas inconcebíveis, tais como: dar cachaça para os animais, para mantê-los calmos, logo após a compra, cegar os olhos dos pássaros com cigarros e/ou cortar suas asas, pintar as penas e bicos dos filhotes de periquitos com tinta tóxica, arrancando suas caudas e vendendo como filhotes de papagaio, pois estes são mais raros.

O que fazer para evitar o tráfico de animais silvestres e/ou selvagens?

  • Não compre artesanatos e bijuterias com penas de animais.
  • Não compre animais silvestres. Ter espécie nativa em cativeiro, sem comprovação da origem do animal, é crime previsto em lei.
  • Seja vigilante. Denuncie tráfico de animais silvestres à Linha Verde do Ibama - Tel. 0800 61 8080. (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, agência executora ambiental ligada ao Ministério do Meio Ambiente brasileiro, cabe entre outras missões, exercer o gerenciamento, controle, proteção e preservação das espécies silvestres da fauna e da flora.)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Energias Renováveis

Texto sugerido por Heitor A. Cruz
Por Andreia Paula, no site Nota Positiva

Algumas formas de energia que consumimos são renováveis, em que se incluem a energia solar, eólica, hidráulica e geotérmica. Estes tipos de energia estão sendo constantemente renovados.


Energias renováveis

A exploração intensiva de recursos energéticos limitados tem levado os cientistas a procurar formas de energia que, ao contrário daquelas, não se esgotam e não poluem muito. Entre estas formas de energia encontram-se a energia solar, a eólica, a energia das marés, a geotérmica e a hidroeléctrica.

Mas há outras fontes de energia que não são renováveis. Por exemplo, a energia que usamos nos nossos carros não pode ser fabricada: os combustíveis fósseis levam milhões de anos para se formarem e não podem ser produzidos de um dia para o outro.

Fontes de energia

São o conjunto de matérias-primas ou de fenômenos naturais utilizados para a produção de energia (carvão, urânio, rios, marés, ventos, hidrocarbonetos, etc). As fontes de energia não-renováveis são finitas e esgotam-se (um poço de petróleo não pode ser enchido pois este combustível é resultado de milhões de anos de decomposição orgânica). Uma vez gasta não é possível usá-la de novo, por isso, o melhor é conservar e poupar ao máximo essas fontes.

Vantagens e desvantagens das fontes de energia renováveis

Existem várias vantagens destas fontes, mas as principais são: o aproveitamento de recursos naturais, o fato de estes não serem esgotáveis e não poluírem muito (como o sol, o vento e a água). Apesar das vantagens das energias alternativas, existem alguns problemas:

Biomassa: ao contrário de outras energias alternativas, o método de combustão da biomassa não é limpo. Similar à combustão dos combustíveis fósseis, produz algumas quantidades de dióxido de carbono. No entanto, produz poluentes menos danosos, uma vez que os principais elementos encontrados nos materiais orgânicos são: o hidrogênio, o carbono, o oxigênio e o nitrogênio.

Hidroelétrica: o aumento do nível da água pode fornecer um hábitat melhor para os peixes, mas também pode destruir hábitats humanos e de outras espécies. Causa ainda a erosão de solos que pode ter impacto na vegetação do local. Além desses desastres naturais, a inundação também pode destruir marcos históricos.

Energia Solar: os custos iniciais de são as principais desvantagens. Quase todos os métodos de energia solar necessitam de grandes espaços.

Energia das Marés: a alteração do ecossistema no litoral é o maior problema. Tem muitos pré-requisitos que a tornam disponível apenas para algumas regiões.

Energia das Ondas: também depende muito da localização e é bastante cara.

Energia Eólica: o custo inicial das turbinas é maior do que o das energias convencionais. Do ponto de vista ambiental, há o barulho produzido, interferências nos sinais de televisão e pode matar os pássaros. Além dos problemas de poluição visual na natureza. Também não podem estar perto das cidades e há o problema de o vento não soprar 24 horas por dia o que pode causar problemas na entrega de eletricidade.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Geladeiras, freezers e os problemas da energia e a camada de ozônio

Geladeiras e freezer são equipamentos domésticos que consomem muita energia. Juntos, podem responder por cerca de 30% da energia gasta por uma residência. Então, ao comprar sua geladeira / freezer, decida por um que tenha a marca do Procel (Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica). Também é importante não se demorar com a porta da geladeira aberta, evitando as trocas de calor com o ambiente e o subsequente maior gasto de energia. Também não é recomendado secar roupas atrás da geladeira, pois isso impede que o calor se dissipe, fazendo com que a eficiência da geladeira seja alterada. As geladeiras antigas ainda têm como líquido refrigerante o CFC (clorofluorcarboneto), que destrói a camada de ozônio. Por isso, deve-se trocar as geladeiras velhas por novas, que não utilizam CFC para refrigeração, livrando assim a atmosfera de um poluente perigoso.